Neste capítulo de sua carta aos Filipenses, o Apóstolo Paulo faz um breve resumo da sua vida de renúncia e fidelidade por amor do Evangelho de Cristo e enfatiza os valores que regem a sua vida cristã, os quais também devem reger as nossa vidas nestes últimos dias, aos quais a Bíblia chama de "dias maus" (v. 7; Ef 5.16)Paulo relata que, segundo a carne, teria muitas razões pelas quais poderia gloriar-se diante dos homens: Circuncidado ao oitavo dia, segundo a Lei; sendo da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus, segundo a Lei, fariseu irrepreensível, perseguidor da Igreja, etc. Ele então afirma que a todas estas coisas considerou como esterco por amor de Cristo (v.8), para conhecê-lo e à virtude da sua ressurreição, e à comunicação das suas aflições; sendo assim, feito conforme a sua morte (v.10). Ele diz que pelo Senhor Jesus sofreu a perda de todas as coisas, para que pudesse ganhar a Cristo. Esta afirmativa de Paulo está em plena concordância com aquilo que o nosso Mestre falou quanto àqueles que desejam seguí-lo: "Se alguém quiser vir pós mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me; Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? (Mt 16.24-26).
Quando lemos sobre perder a vida por amor de Cristo, às vezes somos levados a aplicá-la ao contexto de Missões Transculturais. Obviamente que também se aplica a estas situações, porém, o que podemos observar é uma ligação muito forte entre a declaração de Paulo e as palavras de Cristo.
Alguns podem até perguntar: "Quer dizer que devo abrir mão de tudo que possuo ou desejo ter?" Não. Não. Isto não significa que não poderemos mais estudar, batalhar por um futuro melhor, um emprego melhor; mas significa que tudo quanto possuímos ou desejamos possuir deve estar abaixo da Soberania de Deus sobre as nossas vidas, e em segundo plano no que diz respeito ao que eu devo a Ele: Meu tempo, minha adoração, minha fidelidade, enfim, minha própria vida.
Quando Cristo é a nossa vida, a nossa respiração, consideramos todas as outras coisas muito menores em valor e estima.
Deus criou o homem para o louvor da sua glória, mas o homem preferiu distanciar-se, rumo à sua própria satisfação pessoal. O TER tem regido a vida da maioria das pessoas nos dias atuais, vivemos num contexto altamente consumista, influenciado principalmente pela mídia. As pessoas correm sem parar em busca de status social, dinheiro, posição, destaque, glamour, fama, etc.
Muitos já esqueceram o que é querer SER segundo o coração de Deus. E é esta ambição exacerbada que tem levado a muitos à destruição moral e espiritual.
Se quisermos verdadeiramente seguir a Cristo, devemos nos desvencilhar de todo e qualquer embaraço que nos força a permanecer ou até mesmo a voltar para o lamaçal do pecado, e lutarmos contra tudo aquilo que queira nos tirar do centro da Vontade de Deus.
O Apóstolo Paulo compreendeu que isso era extremamente necessário, por isso a sua vida foi um exemplo no que diz respeito a renúncia e entrega total a Deus.
Certa vez,esteve pregando em nossa Congregação o nosso irmão Kléber (Bacharel em Teologia pelo STEC), sobre o Salmo 23. E ao falar do versículo 3-b "Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu Nome.", ele afirmou o seguinte: O senhor utiliza apenas caminho honestos e justos para nos abençoar, para suprir a nossa necessidade; jamais Ele, sendo justo e Santo, utilizaria algo que não fosse coerente com a sua justiça. Eu achei muito interessante, pois nunca havia enxergado esta verdade dentro deste versículo.
Verdadeiramente Deus tem o caminho certo para nós, Cristo é o Caminho e nos chama a seguí-lo; mas a seguí-lo de maneira santa e irrepreensível, como o Apóstolo Paulo ensina na sua carta. Cristo um dia viveu como homem, e esteve sujeito a todas as tentações às quais somos expostos hoje, mesmo que com roupagem diferente devido o contexto daquela época, porém,não pecou; deixando o seu Maior exemplo de que nós também podemos combater contra o mal e rejeitar o pecado, que tão de perto nos rodeia.
Devemos estar prontos a realmente abrir mão de ceder às tentações que nos sobrevém, as quais nos enchem os olhos, as quais nos oferecem o bem-estar que tanto almejamos aqui no mundo.
O Apóstolo Paulo aprendeu que não valeria a pena abraçar a tudo quanto lhe traria honras e reconhecimento humano e deixar de ser seguidor do Senhor Jesus. Devemos dizer como ele: "Considero todas as coisas aparentemente valiosas do mundo como esterco e me proponho a seguir fielmente a Cristo." Precisamos brilhar neste mundo tenebroso como luzeiros que refletem o exemplo de Cristo. O mundo deve olhar e ver este brilho em nós.
Até que ponto estamos dispostos a renunciar aos nossos próprios desejos a fim de que Deus seja glorificado através de nossas vidas? As coisas de Deus tem sido prioridade para nós?
Nada neste mundo é mais valioso que a presença de Deus na minha vida e minha fidelidade a Ele!
